quarta-feira, 19 de maio de 2010

Tudo sobre a traição no relacionamento


Segundo a psicoterapeuta Olga Inês Tessari, são vários os fatores que levam à traição: questões culturais, carências, insatisfação em relação a desejos e expectativas com o (a) parceiro (a), vingança, a busca pelo novo, o estímulo provocado pela sensação de perigo, ou mesmo de poder. "A idéia de posse existe em quase todas as relações estáveis e as cobranças de fidelidade são normais e aceitas pela sociedade."
Trair é um traço de caráter que nada tem a ver com a pessoa traída, mas com a incapacidade do traidor em assumir responsabilidades, compromissos, de entender o quanto fere o seu próximo com os seus esquemas e mentiras. O traidor é alguém insatisfeito consigo próprio e joga com os sentimentos das pessoas, alimentando-se da adrenalina do secretismo e das meias palavras. Pensa que tem tudo controlado, quando na verdade ele próprio é um ser descontrolado! A menos que cresça emocionalmente, será sempre infeliz.
Mesmo quem ama pode trair sim. “Mesmo que ame sua mulher, o homem justifica a infidelidade pelo desejo de novidade e aventura, porque surgiu a oportunidade, por crises pessoais ou no relacionamento”, observa MIRIAN GOLDENBERG (professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Já as mulheres dizem trair por sentir falta de carinho e atenção ou por achar que não são mais desejadas pelo marido. Há também aquelas que traem para revidar as escapadas do parceiro. “Em minhas pesquisas, notei que mesmo pessoas felizes no casamento às vezes traem por curiosidade, para testar o poder de sedução ou para chamar a atenção do cônjuge”, afirma ANA MARIA ZAMPIERI (psicóloga). ARLETE GAVRANIC (psicóloga, coordenadora de pós-graduação em educação e terapia sexual da Faculdade de Medicina do ABC) acrescenta ainda outro motivo, que vale para os dois sexos: “Em meu consultório, alguns contam que traíram para reviver aquela sensação de excitação do início do namoro”, diz ela. “Por isso, é importante o casal investir sempre no erotismo.”


15 atitudes que podem indicar que você está sendo traído (a):
1) O parceiro (a) começa a dizer que precisa de um espaço só dele, sendo que antes o casal fazia tudo junto
2) Começam as reuniões com os amigos (as), onde a presença do outro é totalmente dispensável e imprópria
3) Ele (a) está mais interessado em comprar roupas novas ou há momentos em que sai de casa mais arrumado para fazer ações banais, como "tomar um ar"
4) Seu parceiro(a) há algum tempo começou a trabalhar até tarde e a ter reuniões no final de semana, mesmo sem mudança aparente no emprego
5) Ele (a) tem se irritado ou fica estressado com facilidade
6) Mudança no comportamento: ele(a) está mais amável do que o normal ou então você percebe que muitas vezes tem ficado como segundo plano
7) Sempre que está ao seu lado e o celular dele toca ele(a) fica sobressaltado ou quer ficar sozinho(a) para atendê-lo
8) Quando você telefona dificilmente consegue falar com ele(a)
9) O apetite sexual dele mudou. O tempo todo está ocupado ou cansado demais para você ou então de uma hora para outra quer fazer sexo a todo instante com medo de que você perceba que ele tem outra.
10) Ele (a) começa a chegar sempre atrasado em compromissos
11) Ele (a) tem crises excessivas de ciúmes
12) Quando chegam as contas, ele(a) trata de pegá-las rapidinho para esconder gastos com telefonemas pelo celular ou com cartões de crédito em restaurantes, motéis, presentes para a amante
13) Ele(a) critica outros infiéis
14) Ele(a) se incomoda de ver você muito quieto (a), com medo que você desconfie da traição
15) Ele(a) começa a achar tudo caro e costuma dizer com freqüência que vocês precisam fazer passeios mais baratos para economizar dinheiro

Por que ocorre a traição?
A traição tem múltiplas causas. Geralmente diversas delas contribuem simultaneamente para a ocorrência de cada caso de infidelidade. As principais dessas causas são as seguintes:
Predisponentes para a traição
Os predisponentes são características pessoais, herdadas ou adquiridas durante o desenvolvimento, que aumentam as chances da traição por parte dos seus portadores. Existem vários tipos de predisponentes desse tipo. Os principais deles são os seguintes:
Predisposição biológica para a poligamia. Os psicobiólogos apresentaram evidências bastantes convincentes de que a nossa espécie é moderadamente poligâmica. Por exemplo, a maioria das culturas aprova a poliginia (um homem e várias mulheres). Os seguidores dessa teoria também apontam várias vantagens evolutivas para a poliandria (uma mulher e vários homens). Por exemplo, Helen Fisher, no seu livro “Anatomia do Amor”, afirma que a poliandria traz os seguintes benefícios para as mulheres: diversidade genética da prole; proteção por parte de diversos homens; vantagens materiais propiciadas pelos diversos parceiros e maior facilidade de reposição do parceiro quando há abandono ou morte do parceiro oficial.

Estilo de amor tipo ludos. Existem diversos estilo de amor. Aquelas pessoas que têm o estilo ludos têm prazer na conquista, podem ter vários namorados simultâneos e perdem o interesse pelo parceiro assim que os conquistam. (Ver a descrição dos estilos de amor no meu livro “O Mapa do Amor”).

Alto grau de herotofilia. Uma percentagem de homens e mulheres tem um altíssimo interesse por sexo. Uma parte destas pessoas necessita de um contexto afetivo para praticar o sexo. Outra parte desenvolve um grande interesse por diversos tipos de manifestações sexuais, sejam elas acompanhadas ou não pela afetividade. Estas pessoas gostam, por exemplo, de sexo por sexo, filmes eróticos e sexo em grupo.
Relacionamento insatisfatório com o “parceiro oficial”
Aquelas pessoas que têm um mau relacionamento com o parceiro oficial têm mais chance de trair. Esta chance ainda é maior quando este relacionamento não satisfaz as suas aspirações românticas e as suas necessidades sexuais. No primeiro caso, existe uma carência afetiva e o carente pode se tornar uma presa fácil daqueles que acenam com a sua satisfação. As necessidades sexuais são poderosas propulsoras da procura por satisfação, mesmo que esta seja alcançada com outro parceiro.
Um bom relacionamento diminui as chances da traição, mas não as elimina. Da mesma forma, o amor diminui as chances da traição, mas também não as elimina – ao contrário do que afirma o ditado popular, quem ama pode trair sim, principalmente quando o amor já existe há bastante tempo (mais que cinco anos, segundo algumas estimativas). Mesmo quando há amor e um bom relacionamento, a traição ainda pode acontecer porque ela pode ser motivada pelos outros fatores que estão sendo descritos neste tópico.
Atração pelo novo
A explicação mais simples para os motivos da traição é aquela que afirma que paquerar, seduzir e transar com um novo parceiro é gostoso, excitante e bom para a auto-estima. O efeito motivador que é provocado por um novo parceiro já foi relatado, inclusive, em outras espécies de animais e recebeu diversos rótulos, tais como “efeito Coolidge”, “efeito da novidade” e “efeito carne fresca”. Por exemplo, um rato que acabou de copular com uma parceira até perder o interesse, recomeça a copular quando tem acesso a uma nova parceira. Isto acontece mesmo quando esta nova parceira também copulou recentemente com outro parceiro e, por isso, não estaria mais interessada em sexo do que a ex-parceira deste rato que recomeçou a copular com ela. Uma analogia com a comida ajuda a entender este tipo de motivação: uma pessoa que acabou de comer e está satisfeita pode aceitar mais comida, caso lhe seja oferecido um novo alimento que desperte o seu apetite.
Atração pelo proibido
O próprio ato de trair pode ser atraente. A sensação de fazer algo proibido e perigoso pode servir como estimulante do desejo para certos tipos de pessoas. Este efeito já foi descrito através da expressão “o fruto proibido é mais gostoso” e recebeu o nome “Efeito Romeu e Julieta” (como se recorda, estes dois personagens não podiam se apaixonar um pelo outro porque suas famílias eram inimigas).
A ocasião faz o traidor
Quando situação é motivadora, permissiva e oferece grandes tentações, aumentam as chances de traições. Por exemplo, acontecem muitas traições quando as pessoas estão fora do local onde são conhecidas (por exemplo, quando estão em outra cidade e quando estão participando de congressos e convenções). Também existem muitas traições quando pessoas que são sexualmente compatíveis convivem no dia-a-dia. Um estudo realizado pela famosa sexóloga americana Shere Hite constatou que mais de 60% das pessoas que trabalham juntas já tiveram algum tipo de envolvimento romântico ou sexual. Um estudo que realizei em quatro cidades brasileiras confirma o achado desta autora: uma grande quantidade de namoros começa entre pessoas que já se conheciam (37%) ou que foram apresentadas (32%).
Motivos indiretos da traição
A traição pode ser motivada por outros fatores não relacionados com a atração romântica e o desejo sexual. Por exemplo, a traição pode acontecer porque a pessoa não consegue resistir a um assédio (teme frustrar o assediante), por vingança (pagar da mesma moeda), para obter benefícios (transou com o dono da empresa para obter benefícios), melhorar a auto-estima (“Meu marido nunca me elogiava e o parceiro com quem o traí me cobria de lisonjas”), curiosidade (“Queria experimentar para ver se gostava”) e influência de conhecidos (“Todas elas tinham amante e me incentivaram a fazer o mesmo”)
Ausência de inibidores mais poderosos do que os motivadores
Os inibidores da traição podem ser classificados como externos ou internos.
– Inibidores externos. Quanto menos medo uma pessoa tem das conseqüências que poderão lhe ser impostas, tanto pelo parceiro traído quanto por terceiros, maior a chance de ela trair. Por exemplo, quem acha que pode arranjar facilmente um parceiro tão ou mais atraente do que o atual terá menos medo de ser abandonado, caso seja pego traindo, do que quem não pensa assim.
– Inibidores internos. As pessoas que tem menos restrições morais, éticas e religiosas contra a traição têm mais chance de trair.Quanto mais predisponentes uma pessoa tiver e quanto mais intensos eles forem, maior a probabilidade de ela trair. 
Custos da traição
Raramente a traição compensa, ou seja, geralmente ela traz mais custos do que benefícios. Isto parece ainda ser mais verdade com a traição contumaz ou quando a traição se transforma em um “caso” duradouro entre duas pessoas.
Conclusão
            Independente da situação que você esteja vivendo não vale a pena trair, se você está infeliz com o relacionamento, e mesmo após várias conversas não adiantou em nada e o sentimento de procurar um outro está na sua cabeça, o melhor a fazer é terminar o relacionamento antes de trair, para não ferir os sentimentos da outra pessoa.



Fontes:
http://www.amar-ela.com/traicao
http://claudia.abril.com.br/materias/2777/?pagina3&sh=&cnl=&sc=


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