A inveja é um mecanismo ligado directamente à nossa auto- estima (ou falta dela), quanto menos auto-estima temos, mais inveja sentimos. Como ninguém tem 100% de auto-estima sadia, todos sentimos inveja uma vez ou outra e não há problema com isso, na verdade. Podemos inclusive aprender a tirar vantagem desse sentimento tão mesquinho para o nosso próprio crescimento pessoal.
Veja bem, nós não sentimos inveja de todos aqueles que são ou tem algo que não temos, a inveja só lança suas garras quando o fato nos toca num ponto sensível: nós invejamos aquilo que sabemos que podemos ter ou ser, mas que por algum traço negativo em nós, ainda não conseguimos. A inveja nos mostra quais os pontos que precisamos trabalhar em nós mesmos.
Uma das queixas mais comuns das pessoas são os conflitos internos e nos relacionamentos causados pelo sentimento de inferioridade. Não terminam um relacionamento destrutivo, por acreditarem que não conseguirão ninguém melhor.
A denominação complexo de inferioridade foi criada por Alfred Adler (1870-1937), médico psiquiatra, para designar sentimentos de insuficiência e até incapacidade de resolver os problemas, o que faz com que a pessoa se sinta um fracasso em todos, ou em alguns aspectos de sua vida. É o que hoje chamamos de baixa auto-estima, que é quando não se tem consciência de seu valor pessoal. A baixa auto-estima pode comprometer todos os relacionamentos, seja pessoal, profissional, afetivo, familiar, social.
Uma criança não desejada e rejeitada não conhece o amor e a cooperação na família. Não sente confiança em suas habilidades e não se sente digna de receber amor e afeto dos outros. Quando adulta, tende a se tornar fria, dura,ciumenta (por achar que todos são superiores a ela), ou extremamente carente e dependente da aprovação e reconhecimento de outras pessoas.Quanto mais necessidade de ser aprovado e reconhecido pelo outro, mais se desenvolve a necessidade de agradar. Isso faz com que as pessoas deixem de ser elas mesmas, tornando-se o que os outros gostariam que fosse, ou o que pensa que gostariam, reforçando cada vez mais o sentimento de inferioridade, pois não satisfazem a si mesmas.
10 dicas para para sair dessa
- Evite as comparações. Ficar se comparando com quem quer que seja, não o fará se sentir melhor, pois as pessoas são diferentes, possuem necessidades, desejos e históricos de vidas diferentes.
- Compreenda seu histórico de vida e a origem de seu sentimento de inferioridade. Por qual motivo se sente inferior? Não desista, compreenda suas dificuldades e procure enfrentar cada uma delas.
- Enfrente o medo. É importante lidar e enfrentar o medo que as pessoas ou situações provocam e compreender que a percepção de si mesmo está baseada na conseqüência de fatos que já passaram. Você não pode mudar seu passado, mas pode mudar seu presente.
- Reconheça seu valor. Perceba que seu valor enquanto pessoa não pode e nem deve ser baseado na maneira como foi tratado, ainda que isso tenha durado toda sua vida. Não permita mais ser desrespeitado ou maltratado.
- Identifique suas necessidades. O que você espera receber dos outros pode ser aquilo que não recebeu quando criança de seus pais. Não espere receber dos outros o que só você mesmo pode se dar.
- O que você deseja receber na relação afetiva? Muitas vezes os conflitos gerados no relacionamento têm origem em seu histórico de vida.
- Observe e procure compreender cada um de seus sentimentos. Perceba quando sentir inveja, ciúmes, necessidade de poder ou superioridade. Esses sentimentos podem estar ocultando e compensando um sentimento de inferioridade.
- Aprenda com os erros e não fique se punindo por ter errado, nem se acomode nas situações. Mude o que deseja.
- Valorize sempre suas conquistas! Pare de supervalorizar o que o outro tem ou faz e desvalorizar as próprias conquistas.
- Faça psicoterapia. O auto-conhecimento obtido através do processo da psicoterapia poderá fazer com que reconheça seus reais valores e liberte-se do complexo de inferioridade que acorrenta e aprisiona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário